Projeta-te em Faro

Apostou-se na pintura de um muro caraterístico e muito próximo da Rua do Prior (Rua do Crime). Para o sucesso e concretização da intervenção em questão, uma aluna do 1º ano de Design de Comunicação da Universidade do Algarve, após ser contactada pelo grupo, aceitou colaborar e realizar o projeto.

Com base na seleção criteriosa de algumas imagens identificativas da cidade de Faro, tendo em conta os aspetos históricos, culturais e sociais, o muro aproximou-se muito da ideia de identidade e ao mesmo tempo, do contacto/aproximação dos seus utilizadores, ao «património local» e «artes populares» do seu meio (Silva, 2007, pg.37).

Como «preservar o passado sempre foi uma necessidade inconsciente e/ou consciente do ser humano» (Sousa, 2011, p. 8), reunimos um conjunto de ícones que relembram a história de Faro e identificam uma identidade cultural. Nela assim se inserem ícones representativos desta cidade como a Sé de Faro, o Arco da Vila, a Ilha do Farol, o Castelo e o logótipo do Município de Faro, que a aproximam da comunidade e dos visitantes. Tornado a rua, num espaço mais familiar e representativo da identidade da cidade.

Refletiu-se também na criação fictícia de um conjunto de sinalética na Rua do Prior, colocada nos pontos que mais necessitam da presença de algumas regras relacionadas com o consumo de bebidas alcoólicas, para fins de necessidades fisiológicas, ruído e indicação de zona de bares. Para além dos avisos e proibições, esta sinalética pretende ainda transmitir uma mensagem aos utilizadores desta rua, a de que existem regras para um melhor funcionamento e convivência entre todos.

Mais uma vez considerou-se a Arte Pública como «uma parte vital da cultura de cada indivíduo» (Silva, 2007, p.49). Através da criação de dois projetos de intervenção artística na Rua do Prior, pretendeu-se não só incutir uma maior consciencialização junto da população de Faro acerca da necessidade de se introduzirem novidades (sinalética e pintura do muro) para efeitos de melhoria da imagem e ambiente da rua.

Em suma, torna-se importante destacar que qualquer paisagem urbana estabelece uma «relação do sujeito com o espaço urbano e com o meio envolvente que está acessível aos seus sentidos» (Silva, 2007, p.61) e por isso devem ser reunidas as condições para que se promova a criação de lugares, intervenções a nível de projetos académicos ou outros, que marquem a Arte Pública como um lugar de memória.